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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Off road na Rio - Santos. Acampamento e festa do índio em Bertioga

Nossa aventura começou no dia 20 de abril com os preparativos do que se levaria para um acampamento com um cadeirante.Ficaríamos no máxímo 2 dias, fiz as contas de quantas sondas, sacos e outros itens da higiene pessoal.
Após uma noite bem descansada, eu e a marcella acordamos, tomamos café e começamos a aventura de ir acampar pelo menos 1 dia na cara e na coragem, com mochilas, ônibus, barcos e também as ruas como sempre muito mal planejadas, um verdadeiro off road urbano. Tudo começa em São Vicente - SP onde pegamos um ônibus ate Santos. Os ônibus, como sempre, aqui são muito eficientes, elevadores funcionam, motioristas sabem fazer o manejo correto do equipamento e também tratam os deficentes com respeito. 
Na descida em santos pegamos uma pequena embarcação chamada catraia. Desembracamos no guarujah rss. De lá pegamos um ônibus rumo a Bertioga, onde foram consumidas umas 2 horas de viagem, porém o ônibus também era adaptado, e o terminal no Guarujá bem adaptado, inclusive o banheiro que tinha uma pia de acordo com as nossas nescessidades . Contudo, em bertioga as coisas não foram as mesmas em relação ao transporte, ônibus escangalhados, motoristas que nao sabiam operar. Mas em compensação houve um  lindo pôr-do-sol e também tinhamos realizado a primeira parte do combinado que era ir na festa do índio. 
Rumamos ao evento, porém em determinado momento sentimos fome e queríamos deixar as mochilas, fomos nessa missao. Algumas perguntas e determinada senhora nos indicou o camping humaitá. partimos com uma boa indicaçao até em relaçao a um preço melhor. Chegando lá fomos informados que nao haviam vagas, porem teria uma cabana no valor de 150 reais, fora do orçamento rss... 
Retornamos à festa p/ ver a abertura, houve algumas firulas por parte do apresentador, mas, é claro, teve sua importância a própria divulgação dos povos da floresta que aliás eu me indentifico muito, pois ja morei em Manaus e tive a opotrunidade de ir ao Acre vivenciando mais das suas tradições e conhecendo os mistérios da mata encantada .
Nesse tempo comemos e  novamente partimos na segunda parte da jornada que era acampar!!!
Liguei para outro camping do Flávio chamado camping Vista Linda, nao era nada adaptado porém a boa vontade ja é 80%. Alugamos uma barraca, eu e a Marcella levamos um colchão de ar, a barraca era grande, espaçosa, um modelo iglu da marca Náutica, marca que num perrengue de chuva nos deixaria na mão e bem molhados rss. Porém o Peter (são pedro) deu uma forcinha para o aleijado  hehe !!!
Mas viagem sem perrengue não é viagem! Logo pela manhã arrumamos as coisas e partimos para as palestras do festival que pareciam ser bem mais interesssantes e não teriam tantas firulas. 
Falando em firulas ainda não posso deixar de comentar o gran finale da noite anterior, onde o índio veio fechar a noite atirando uma lança em direção a praia, dando início ao espetáculo pirotécnico.
Então, fomos para o ponto de ônibus tentar pegar um adaptado, foram 2 tentativas frustantes em que 2 ônibus não funcionaram, só no terceiro conseguimos embarcar mesmo assim sem utilizar o elevador. O que mostra que Bertioga não está tão bem preparada como São Vicente e Guarujá por onde passamos.
Do Guarujá onde desembarcamos da catraia, num terminal rodoviário, tudo era muito bem adaptado, o desembarque da catraia possuía rampa. 
Chegando lá no Parque dos Tupiniquins, onde foi realizada a festa do índio, já bem atrasados, perdemos a primeira palestra mas ainda assim foi bem proveitoso pois vimos algumas discussões sobre a hidrelétrica de Belo Monte. E também achei interessante o escritor indígena Daniel Munduruku que, após verborréia do sr. prefeito de Bertioga (que disse que ao sair do evento redigiria uma lei municipal em que fosse obrigatório o ensino da cultura indígena nas escolas), corrigiu-o de que a lei já existia e que era, nada mais nada menos, que federal (!!!).

Passeamos pela feira apreciando os artesanatos expostos pelas diversas etnias. Gostei mais do artesanato dos Karajás e presenteei a Marcella com uma boneca karajá de barro com um cachorro nas mãos,
Depois disso, após um café da manhã não reforçado, as solitárias lariqueiras se manifestaram com toda a força e encontramos um restaurante que aceitava tíquete. Foi a glória até a conta chegar pois na verdade não aceitava nosso tíquete. 
Enfim, resolvemos passear na praia, nos deparamos com uma sombra irresistível e várias pessoas deitadas, rapidamente estendemos um lençol na grama e também deitamos tirando a cesta do meio-dia. Depois desta bela chapada, arrumamos as roupas e seguimos de volta a São Vicente.
Contudo, conseguimos concretizar o que havíamos planejado que era ir à festa do índio de ônibus e acampar apesar das dificuldades, ou seja, mais uma missão cumprida. Hauss!


A seguir as fotos da aventura:

























terça-feira, 19 de abril de 2011

Surf adaptado em São Vicente - SP

Após três anos sem entrar no mar pude participar de uma experiência incrível que juntou o lazer com o esporte integrado à natureza.
Pude perceber que pegar onda é algo perfeitamente normal apesar da dificuldade física de um cadeirante e para outras deficiências também. Pra mim foi um desafio muito interessante: poder furar as ondas e conseguir, lá do fundo, dropá-las me arriscando até em pequenas manobras com segurança.
Fui recebido na Escola de Surf de São Vicente pelo professor Popó e pelo Alex que também é portador de deficiência física e dá aulas de surf. Tive a oportunidade de conhecer a professora Márcia que faz um trabalho com lesados cerebrais.
Hoje foi minha segunda aula de surf onde já pude notar uma pequena evolução dentro desse esporte.









 Dentro desse tema ainda tive a oportunidade de participar da Reatech 2011 que é uma feira voltada para deficiências em geral. Lá conheci o Robson Careca que desenvolve um projeto, já há algum tempo, com surf adaptado em Caraguatatuba. Recebi boas dicas sobre o esporte e também sobre viagens e locais adaptados ao lazer.
Segue contato do Robson:  www.surfespecial.com.br e tursurfadaptado.blogspot.com 





Também dei um confere na praia adaptada em Santos - Canal 3 - onde havia cadeiras adaptadas para se entrar no mar e uma passarela de madeira e uma equipe muito atenciosa que me recebeu bem.
Minha impressão da Reatech: gostei. Vi coisas interessantes porém, os valores de quase todos os produtos não correspondem à realidade de um deficiente brasileiro. Tive a oportunidade de andar numa hadbike.





 E outra coisa que também achei muito interessante foi um produto chamado "Evac Chair" que é uma cadeira utilizada para subir e descer escadas sem o uso de qualquer motor, apenas manual, que na feira custava R$2.500,00. Confirmando minhas palavras acima sobre a realidade dos custos dos produtos para um deficiente no Brasil. Outra coisa interessante foi a cidade de Socorro onde há boas opções de esportes radicais junto à natureza adaptados à realidade de vários tipos de deficiências. O único incômodo, mais uma vez, são os valores. O serviço é oferecido em hotéis-fazenda, o que deixa o custo elevado.
A média de preços de cadeiras de rodas, a meu ver, que aguentam as ruas e a rotina de um cadeirante que não fica em casa, estava em torno de R$3.500,00.
Outra coisa que foi legal: uma corrida em cadeira de rodas para andantes, proporcionando assim às pessoas terem uma pequena amostra do que é tocar a cadeira. Minha namorada Marcella experimentou e chegou em último lugar. ehehehe. Ela achou difícil controlar a cadeira e ganhar velocidade ao mesmo tempo. Essa é a segunda experiência dela ao sentar numa cadeira de rodas sem ser pra descansar.